quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sozinha



Entro com o eco dos passos na sala.
Olho para os lados, para ser encarada de volta pelas paredes nuas.
Me perco.
Não quero ver TV, também não quero trabalhar.
Não tenho estômago pra dormir.
Você não está.
Arrastam-me as horas.
Você não está.
Crucificam-me os minutos secos.
Tenho frio, sem ter com quem me esquentar.
Você nem é o que eu queria, mas eu queria, mesmo.
Mas você não está.
E quando nem quero te ver é que te procuro com os olhos,
Com a boca, com o corpo.
Ando em círculos, perdida.
Porque você me faz ficar desencaixar, me deixa fora do meu eixo.
Perco o meu norte, pra invadir o seu.
E quando o que você diz não me interessa
Eu olho seu sorriso e lembro
Porque gosto tanto de você
Porque ansiei o dia todo para estar
Porque o sangue queima em mim ao som da sua voz
Mas você não está
E tudo dói, mas eu esqueço o sentido
De ter sentido
Até você chegar e me fazer sentir
Meu caminho sem destino ainda é melhor que o permanecer
Eu envelheço nos meus círculos
Lutando contra esse nó
Enquanto você não está
Me calo.
Permaneço.
Só.