terça-feira, 9 de outubro de 2007

A Turma do Piaget


Sim, isso é um avião de papel. Saudade de ser besta. Dos amigos ficarem com medo dos lugares serem lembrados mais pelas piadas que pelas conversas. Como éramos bobos e que bom era ser bobo! Os lugares, as pessoas, as coisas, as viagens, as mudanças, tudo deve ser lembrado mais pelas piadas que pelas conversas.
Hoje me entrego à infinita sabedoria dos inocentes pra admitir que a saudade foi maior que o orgulho. Saudade de perder tempo com aviões de papel. De ter noites secretas, cujos segredos a ninguém importam senão aos seus donos. De ousar cantar. De ousar flertar. De dizer que o maior defeito das pessoas são seus compromissos, ou o fato de serem comprometidos. De tornar-se fonte de sabedoria a todos os que querem se manter tolos. De dar medo. De assustar. De especular quem seria o assassino numa história onde ninguém morreu (até onde sabemos...). De espetar a paz e deixá-la frágil, com as pontas dos pés sobre o penhasco da guerra, desejando cair, mas covarde demais pra não fingir que as tribulações não existem. Saudade de ser boba!

Ok, levante a mão quem se lembrava disso!

Quem pode dizer que se lembra do que fazia nesses dias? Eu me lembro: Eu guardava papéis bobos. Bobos o bastante pra não me deixar esquecer que já fui boba. Muito mais do que sou hoje. Não. Só de uma forma diferente da que sou hoje.
Antes eu era esperta. Esperta o bastante pra fazer besteiras daquele tipo. Hoje sou ainda mais esperta e, portanto, faço besteiras ainda maiores.