quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"The One who gives. And takes away"

“...e nunca volta, sabia? é a gente crescendo. A gente nunca para de crescer. E não tem como descrescer. não tem como desamadurecer...”




Hoje ainda pensava nas baboseiras que o Paulo me disse tantos anos atrás. Eu ouvia em silêncio, como nem mais consigo fazer cheia de mim e de achar que sei de tudo, eu o ouvia calada. Admirada de sua capacidade de filosofar de refletir.
“Esse dia que se foi nunca vai voltar...”
E eu achando que entendia e perdida, menina demais, por trás dos meus olhos brilhantes do pôr-do-sol.

Naquele tempo eu fazia música e a música me fazia, fluía dos meus braços, do meu corpo, da minha voz, hoje calada, colada pela falta do uso.
Naquele tempo toda baboseira virava poesia. E as palavras me definiam.
Depois fiquei “racional” demais pra poetizar, pra entender o abstrato, pra entender o que seria ouvir a voz do coração.
Hoje sou tão real que não crio mais histórias, tudo que escrevo é “Biografia de uma desconhecida”.
Uma vez entendida assim, tenho a ilusão de que poderei voltar a escrever, usando a imaginação. Ouvindo a voz do meu coração...
Talvez agora eu possa!
Hoje eu sou uma pessoa muito melhor, mais real, mais humana, feliz e ridícula. Hoje sou ninguém.

Talvez hoje a música passe pelos meus braços e saia como uma música da Ivete, que eu nunca gostei, mas que atravessa as pessoas com uma energia boa.

Talvez as próximas poesias nos meus lábios não sejam pra fazer chorar, nem pra contagiar com sofrimento. Talvez as próximas histórias tenham um final feliz.

Talvez essa música aprisionada atrás do espelho seja mais eu, do que as que fiz, com um sentimento que hoje rejeito, embora eu saiba que minha rejeição não o fará partir. E quando eu finalmente cantar ela soará como meu cheiro, e o tom tenha a leveza que carrego hoje e a melodia fale com o movimento que hoje têm as minhas mãos, o sorriso que não é um esforço e traz nos meus olhos semicerrados.
Talvez essa música possa sair sem me estrangular a garganta com choro incontido. Nesse dia minhas mãos não irão tremer.

Espero esse dia, com os olhos secos.

Até que ele chegue.

P.S: Casting Crows #2

sábado, 10 de janeiro de 2009

Virada de Ano


31/12/2008


Vamos aí, mais um ano. Abrupto! Nem estava pronta pra ele.
Ás vezes me tento a pensar que é só um dia atrás do outro.
5ª é feriado e eu trabalho na 6ª.
Mas não posso, não quero.
Marcos de existência, contagem de tempo, existiram desde antes de eu aprender a sorrir e só fizeram sentido depois disso.
Um ano é muito tempo!
Menina e pura, desejei na última virada uma grande mudança de vida e a vinda de dias felizes e saudáveis.
Dentre o medo e o alívio da bem-sucedida cirurgia do Regis, o Alexandre parar de fumar, o mestrado, uma inesquecível viagem de família à plena recuperação do meu irmão (com saldo positivo, para quem ama as próprias cicatrizes), uma nova amiga tão especial, o emprego dos sonhos, seguro, estável, agradável e levemente bem remunerado e praticamente caído do céu no meu colo, de tudo isso à tudo isso, vi meu ano passar longo, sem mais dias em stand by, tudo em movimento ininterrupto.
Muitos, mas muitos dias felizes, mais do que em qualquer outro ano, talvez mais do que em qualquer outra vida!
Passeios, viagens e ganhei um cachorrinho! E meu amor provando todos os dias o dele, cada dia mais parceiro, companheiro. Gestos acertados, espasmos de compreensão e nem lembro se algum arrependimento. E li a coleção Hp pelo menos 2x mais.
Carrego na minha pele os benefícios do ano, em 10Kg a mais sob a pele, neste mesmo dia, um ano atrás.
Que este ano que se inicia não decida tomar as compensações pelo que passou.
Nem espero que ele seja ainda melhor, pois não acredito que se deva possuir mais do que se precisa, nem tanto mais do que merece.
Só desejo que 2009 não venha reivindicar para si os excessos cometidos por 2008. Só não quero perder nada, continuar como estou. Nada a mais.
Isso é paz: não existir nada mais para desejar.
Obrigada, Pai, por tudo isso. A paz com que me presenteou para que eu soubesse do que se trata. E obrigada pelos longos anos de sofrimento, que me fazem valoriza-la.
Graças. É só um dia após o outro.
Em tempo, para ilustrar, nada melhor que uma foto da minha família. Só faltou o Akamaru.