quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Dia de Cama - Aos que me fazem bem.


Então, para retomar o controle, meu corpo decide que é hora de descansar e sou presenteada com 3 dias de atestado médico e uma conta gorda na farmácia.

De novo, sou invadida por um senso de sem limites e um mundo de possibilidades se abre para mim! Eu posso sentar-me e compor, num tempo em que estaria resolvendo pepinos no trabalho. Sou convidada a escrever um artigo delicioso que certamente me salvará da impressão de fracasso acadêmico. Sinto-me tentada a passar o dia no meu pijama cor-de-rosa e assar um bolo de chocolate com côco, enquanto bato no liquidificador um pudim de maria mole.

Colocando as coisas nos eixos, enfim, é o que meu corpo me diz, quando me obriga a descansar. Descanso de planejar festas, de ir a shows, de me importar com a aparência (embora nem por isso pare de cuidar dela), de salvar vidas, descanso de extirpar, sim, porque uma das minhas medidas de ano novo foi a de me afastar de tudo que me faz mal e me aproximar do que me faz bem.

Torno companheiros de farra, aqueles que eu considerava amigos mas bastava um dia de raiva pra usar contra mim informações que a confiança me fez revelar.

Amizade não requer sacrifício. Amor não requer sacrifício. Cada esforço é um prazer e abrir mão de outras coisas, é dar prioridade. Não é um sofrimento para ser lembrado quando as pessoas te decepcionarem.

Eu não preciso de banda, nem de platéia pra achar meu sucesso na música. Eu não preciso de galerias pra expor minha arte. Eu não preciso de aplausos pra desenvolver contribuições acadêmicas. Eu não preciso vencer nos jogos de xadrez (nem no monopoly deal, embora eu não consiga evitar). Eu não preciso de motel pra foder, nem de cama pra fazer amor. Eu sequer preciso de leitores para as palavras que registro em favor de minha péssima memória.

Eu preciso de meus ouvidos.

Eu preciso das minhas mãos.

Eu preciso pensar e estudar.

Eu preciso jogar.

Eu preciso amar.

Eu preciso de palavras que valham a pena ser lembradas.

Eu preciso de um bolo quentinho.

E eu preciso das pessoas que fazem de cada um desses momentos, um bem.

Um agradecimento à natureza sábia, que me põe pra descansar e cuidar de mim, do meu equilíbrio. E às pessoas queridas de perto e de longe e aos que se vão, pelo bem que me fazem.


P.S: Antes tarde do que mais tarde, eis a foto do meu bolo de chocolate com côco.

7 comentários:

Arcanis disse...

Adorei. Eu sei que vc sequer precisa de leitores para as palavras que registra, mas adoro acompanhar seus textos, principalmente pela qualidade.

E eu ainda ei de ganhar no monopoly deal ;/

Claudia Bittencourt disse...

Tudo isso não requer sacrifícios, apesar de requerer empenho e dedicação.
Dedicação para focar e desfocar. Cansar e descansar.

Penso muito nisso quando não estou trabalhando e tenho a tarde livre pra mexer no pc, ver amigos, fazer nada. Quando estamos no pique, nem nos tocamos de quanto é bom fazer essas coisas. E são boas porque precisam de dedicação, é preciso querer.

Talvez seja por isso que minhas tardes no cursinho pareciam uma prisão quando eu olhava pro sol lá fora.

Melhoras. Espero que o Arcanis não quebre mais copos e continue se comportando sem fazer sujeira longe de mim, HAHA.

Beijão, melhoras e bom descanso.

Hayet disse...

Arcanis,

você ainda há de ganhar no Monopoly, tenho certeza. Talvez na próxima eu jogue de olhos vendados...

Clau,

Me sinto muito satisfeita e parcialmente orgulhosa das suas reflexões, sua análise acurada de si mesma.
Em breve terás novas oportunidades de quebrar copos com o Arcanis no Mittellauter, o niver dele é em março...

Beijos aos dois, pessoas queridas de perto, que me fazem bem.

Claudia Bittencourt disse...

Esse bolo é sacanagem, cinthia. Engordei uns3 kg só de olhar...

Hayet disse...

Pôxa, mas eu juuuro que usei leite semi desnatado... :p

Claudia Bittencourt disse...

Vamos atualizar?

Hayet disse...

Muita coisapra escrever, nenhum tempo pra colocar no papel. hahahaha!

Bjo!