Hoje eu decidi chorar, mesmo sabendo que não tenho lágrimas. Então o fiz do meu jeito, ficando vermelhinha e agarrando-me ao meu violão e às músicas tristes que me vêm, existam elas ou não.
Contando os segundos para o fim da minha paz solitária. E me senti mais estúpida que de costume, com as decisões erradas que tomei, os caminhos errados, as palavras erradas, as danças erradas com as músicas erradas... Eu vivo uma vida com poucos arrependimentos, mas basta um...
O ruim de ser sozinha é não ter colo. E quando chega, todas as noites, o fim da minha solidão, me sinto ainda mais vazia e estranha. Nenhuma companhia aplaca minha triste clausura voluntária. Só eu cuido de mim. Só eu me importo comigo. Só eu me dou o trabalho de me deixar feliz. Só.
Eu sei que de alguma forma a felicidade está dobrando a esquina, mas por alguma razão eu continuo presa no farol.
Mas não sou de ficar esperando que alguém resolva por mim meus problemas, continuo inertemente buscando pequenas soluções para os meus pequenos probleminhas cotidianos, minhas coisinhas de mulherzinha. Tecla por tecla no meu piano.
Continuo pequena e, na minha pequenez, me dou o direito de magoar-me com meus esforços solitários. Tudo pequeno demais pra ser importante.