terça-feira, 13 de julho de 2010

Papel de Boba

Meio de Julho, com cara de agosto.

Calor seco o dia inteiro, noite fria demais pra dormir sem meias.

Mais muitas noites pra saber ser sozinha pela frente. E sozinha mais uma vez.

Os amigos cada dia mais virtuais, a necessidade de auto-afirmação cada dia mais fácil de ser sanada. Mesmo sendo tão pouco sã. Mesmo sendo as loucuras salutares.

Pleno 2010 e ainda faço papel de boba.

Só decresço. Cada vez mais ridícula e infantil. O tempo, os dias, a experiência só me deixam mais idiota. Preocupo-me sempre e cada dia mais com o tônus da minha pele, com o frizz nos cabelos, com a falta de tempo pra ficar impecavelmente atraente.

Findam-se os dias de comer tudo o que me apetece, em todos os sentidos.

Nada mais de promessas vãs e frases costumeiras. Nada de beber vinho no parque, nem caro nem barato. Nada de violão preso ao braço, no ônibus lotado. Difícil até pegar um cinema sem um preparo antecedente.

Eu, do meio pro fim e agindo como se fosse a linha de chegada, pra começar tudo de novo. Preparo a tranqüilidade do fim da vida, pensando em finalmente dar início à minha.

Não sonho mais, tudo tão real.

E, por mais que eu relute nos belos clichês de realização, preciso parar de fingir que não sei que, talvez pela primeira vez, sinto que vou ser feliz.

Boba!

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