O dia desperta, e você esperta, lê um livro, faz cocô, coloca um cuzcuz para cozinhar, faz duas dúzias de abdominais e entra no banho.
Aos poucos, a água da banheira começa a descer menos lenta, levando a sujeira que se acumulava por causa do ralo entupido.
O cabelo prende nas unhas postiças, e o piso branco começa a reluzir mais forte, fazendo a vida mais clara, mais leve. Esfoliante no rosto, sabonete íntimo, pasta de dente para dentes sensíveis.
Saindo da água, roupão e toalha nos longos cabelos vermelhos, direto para desligar o fogo que cozinhava o cuzcuz.
Metade de um mamão papaya e decide fazer ovos mexidos. Ovos não. Ovo. Ovo mexido. só um. Ele gruda, não cria volume, parece ralo e difícil de mexer. A maior parte do ovo parece se aderir ao fundo da panela. Ele vai para o prato, mirrado, bagunçado, deselegante. Farelo de um ovo mexido, junto ao pequeno cuzcuz, também amarelo. Um pouco de margarina para engolir. E uma manhã inteira para se sustentar com a parca refeição matutina, singular.
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