quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nova viagem comigo - 3ª edição


Saio para uma curta aventura solitária, como prenúncio da próxima.

Subo pelos ares e, rápido, a colcha de retalhos do entorno de brasília se transforma num

cobertor felpudo, amarfanhado sobre uma cama gigantesca, em minas. Por trás da minúscula janela do avião, vejo um dos pores-do-sol mais belos da minha vida, sob aquele clima que só BH me traz.

Vontade de descer e sentir-me de novo naquela cidade, como um novo início da vida, só que voltando ao passado.

Rápido demais subimos de novo, para o infinito multicolorido, parecendo tela de zeração de jogos antigos, de atari. O sol escondido, deixando acima de si tons acobreados de laranja, vermelho, verde e azul. O céu, enfim, começa a talhar-se de nuvens espessas, inexistentes no planalto central nesse período. Quando a noite termina de cair, logo vemos o mar de pontos dourados, enlouquecidos, que é são paulo. A temperatura ainda amena, confusão fazendo parte da rotina para partirmos para o destino final. Arrasto as duas malas pelo aeroporto e afora.

Quase meia noite chegamos em Campos do Jordão, eu na minha simpática solidão silenciosa. Me engano que o frio profundo que sinto é devido ao horário. A cidade toda parece um glaçado de natal, ou um cenário de brinquedo, como o que eu tinha, da guliverlândia.

Acomodo minhas roupas correndo do tapete ao armário e de volta. O piso gelado. O aquecedor parece não funcionar, embora a seu lado eu sinta o calor na máxima potência. Tiro fotos de mim, achando-me bonita.

Uma enorme cama fofa repleta de cobertas sorri pra mim, tímida, mas convidativa e eu não hesito em desfraldá-la, fazendo bagunça nas muitas colchas, presas nas laterais. Acordo no outro dia com mais frio do que estava na madrugada. Cubro a cabeça pra me esquentar, sabendo que devia era ter ali o seu corpo que o faria maravilhosamente.

Não consigo voltar a dormir, o despertador toca em seguida, trazendo também uma mensagem da minha mãe, preocupada.

Salto da cama, escolhendo mentalmente a roupa a vestir e me questionando se os casacões comprados exclusivamente para esta ocasião serão suficientes e me preparo pra enfrentar minha timidez e a multidão que que espera de fora da porta, na minha pequena jornada intelectual, descanso para os dias de mera execução de tarefas profissionais.

2 comentários:

Claudia Bittencourt disse...

É incrível como você relata acontecimentos tão triviais, como abrir as torneiras de um chuveiro, de forma tão deliciosa.


=)

Hayet disse...

Mesmo? Talvez a sensação é que fosse. Ando meio chateada com minha escrita. Obrigada assim mesmo!