quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fractais - O Preço do Apreço



Um dia decidi não desmarcar mais compromissos. E, ao mesmo tempo, decidi comprometer-me comigo e comigo apenas.

Aí, a paixão pela música e pelas descobertas venceram o constrangimento de sair sozinha. Parei de comprar quilos de queijo e litros de vinho para as festas na minha casa. E passei a ir aos pubs, mesmo quando todo mundo furava.

Meus amigos se tornaram pessoas mais leves e variadas – e a levar petiscos e bebidas às festas – e eu tomei gosto tal por sair sozinha que parei de convidar as pessoas. Assim, comecei a conhecer pessoas novas, com preferências semelhantes às minhas, que vieram a preencher as festas na minha casa.

Perdi muito da minha timidez natural, passei a conversar com interessantes estranhos. Comecei a gostar tanto disso, que passei a viajar sozinha nas férias e ter novas pessoas de quem sentir saudade, nos intervalos dos meus atendimentos.

Descobri que gostava da minha voz e da minha companhia!

Passei a estar de passagem sem carregar comigo nenhuma mala ou mobília.

Eu nunca mais fui só. Até os lugares passaram a ser parte de mim, como amigos queridos.

Hoje eu conheço um novo pub, com novos nomes pras mesmas bebidas, com pessoas com roupas bonitas, cuidadosamente escolhidas, uma nova mesinha isolada, pra me sentar só e ouvir bandas novas, tocando velhas músicas...

2 comentários:

Claudia Bittencourt disse...

Acho que não teria coragem de fazer isso, chegar em um bar e me sentar sozinha. Sei lá, sempre acho que as pessoas vão achar que eu não tenho com quem estar... Algo bobo nesse nível.

Acho legal quem consegue fazer isto.

Hayet disse...

Valeu pelo suporte! hehehe
Confesso que, neste dia, depois de escrever isto, me acovardei e, cansada de mim, chamei o Alexandre pra me encontrar lá. Ele foi e foi um passeio muito legal.
Legal é conseguir gostar de estar sozinha, mas tendo a opção de não estar!

Beijo, gata!