terça-feira, 14 de agosto de 2007

Quando Não Falam as Lágrimas

Calo-me nesse sem-saber, oposto de sereno. Não o posso nomear. Não sei, não há o que dizer. Selam-me os lábios, as lágrimas.
Não, já não choro.
Nem sei de onde vem, súbito, euforia por bardear.
Queria tanto lhe dizer!!!
Ah! Não me faltam as lágrimas, e as derramo com um sorriso. Caminho com lampiões acesos de sua luz verde. Fitando tranquila a claridade ao fim deste túnel.
Nenhum problema é grande demais.
Nenhuma tristeza é fluida o bastante.
Nenhum silêncio grita em tão alto volume
Para que me cubra, afogue, sufoque
Para que eu me esqueça do motivo que tenho pra sorrir todos os dias.
E, para cada um, tenho uma ocupação agradável, que espero ansiosa.
Ah! Você me faz tão feliz. Tanto que não há adversidade que abale minha força, minha coragem.
Sou vida! Sou a própria vida! Quando você me deseja e me faz gostar do que sou.
Tenho assim, enfim, prazer na vida. Só por causa dessa paixão louca que você, descuidadamente, plantou em mim. E que cultivo plena de floresceres.
Ah! É sua voz que ouço à noite, quando todos dormem.
É com você que sonho, quando desperto asfixiada e repleta dessa saudade.
Ah! É você que faz meu corpo responder assim, delírios, espasmos, e muito sem-saber.
Ah! É só você e você apenas. Que nada nunca me fez, faz sentir assim.
Te amo o bastante, pra parecer menina. Pra congelar por dentro quando sinto dolorosamente sua falta.
Me ensina a ver. A me ver.
Fale comigo, que não saber é um suplício.
Você é, e sabe, meu ponto de equilíbrio. Meu ser do fogo e das águas, minha água ardente.
Incendeie-me, enche minha aura com teu calor. E me seduz no reflexo cristalino do seu mover, que contemplo, estático, em seus olhos.