sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Quando muito se expande, esvazia-se.


Sou vazia de mim.
Distante de mim.
Acho que cheguei naquele outubro, quando acabei pisoteada por meus elefantes.
Eu sou ridícula, sou errada, sou vazia. Ridícula, pequena, e nem sei se humana. Não tenho ar, não tenho som, não tenho música. Sou uma impressão deixada por uma alma partida.
Não sou nada, porque não sinto nada.
Atravessei o buraco da coberta.
Nem sei o que me atropelou. De repente estou só num buraco escuro, num ilusoriamente deserto Eixo Monumental. Nem sei com que me encher de novo. Não sei do que sou feita para saber o que me completa.
Sou seca, quebradiça, sem cor, sem cheiro. Estou morta. Sou só um Galho cortado da árvore, abandonada às suas raízes.
O coração berra, dói. Chuto mais alto e mais alto.
Choro de dor para ficar sentada. Nada mais em mim serve. Nada se encaixa no meu corpo oco. Não tenho amor pra te dar, pra me dar. Só dor, só dor.
Sou a sombra do meu passado. Fugi e persegui meus fantasmas até me tornar um também. Agora sou meu próprio Elefante.

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